A vida diária de qualquer usuário na rede que escute música no Spotify, envie uma mensagem por WhatsApp ou de uma empresa que gerencie milhões de megabytes, depende cada vez mais dos servidores remotos que armazenam e processam uma quantidade enorme de informações: a nuvem.
Seja o time Barça para administrar uma venda em massa de camisetas ou o Netflix para oferecer seus filmes a milhares de usuários, a nuvem se transformou no principal fator de desenvolvimento na Internet. Eric Schmidt, do Google, definiu recentemente o futuro da Internet como um mundo "dominado pelos smartphones, uma rede muito rápida e pela nuvem". Em meados de abril, a Amazon anunciou pela primeira vez os resultados de sua divisão dedicada à nuvem, a Amazon Web Services (AWS), que teve receitas de 15 bilhões de reais em 2014, um crescimento de 50% na comparação anual. Para a revista The Economist, esses dados demonstram que "a nuvem já é maior de idade".
A nuvem (os profissionais de tecnologia da informação preferem o termo em inglês cloud) permite às pessoas físicas acessarem seus dados a partir de qualquer dispositivo.
As empresas ajudam a oferecer uma quantidade enorme de informações com muito pouca infraestrutura, assim como armazenar e processar dados com maior velocidade e menor custo. No entanto, também tem seus problemas: não é uma decisão simples ceder informações sensíveis a um terceiro, por mais protegidas que estejam, além da questão da segurança. Mesmo com várias medidas, o fato de os dados estarem em um mesmo lugar os transforma num bem muito valioso. O caso mais extremo foi o chamado celebgate; em 2014, hackers entraram na nuvem da Apple e se apropriaram de milhares de fotos íntimas de famosos. "Nossas lembranças, nossas vidas, estão cada vez mais na nuvem", afirma Isaac Hernández, responsável na Espanha da divisão do Google para empresas.
As gigantes da Internet disputam o suculento e crescente mercado —que a consultoria norte-americana Gartner avaliou em 460 bilhões de reais em 2015— no qual entraram as pessoas físicas, as pequenas e médias empresas, a administração pública, como a prefeitura de Barcelona, ou grandes companhias espanholas como o banco BBVA ou a seguradora Mapfre.
Por enquanto, a Amazon é, de longe, a principal empresa, com 28% de participação de mercado, à frente da Microsoft, com 10%, e da IBM, com 7%. O próximo passo, segundo a Gartner, será a Internet das coisas: objetos (geladeiras, televisores, celulares, tablets, carros...) conectados através da nuvem. Segundo essa consultoria, em 2020 existirão 26 bilhões de objetos conectados à Internet. "A nuvem é um facilitador da Internet das coisas", concorda Guillem Veiga, responsável pela Amazon Web Services na Espanha.
Fonte: El País
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